Hoje vamos falar sobre morar na Europa. Muitos brasileiros acreditam que ir morar em outro país é a solução para todos os seus problemas. A crença vem de uma série de estigmas e relatos de imigrantes bem sucedidos que comparam seus estilos de vida em ambos os lugares e colocam o exterior como superior nos rankings.
Tendo esses parâmetros como referência se torna fácil acreditar que o caminho para uma vida melhor é a mudança total de território.
Mas tem um porém galera: nem tudo são flores quando o assunto é mudar de país. É preciso ter em mente que, apesar das aparências, todos os países no mundo enfrentam suas próprias dificuldades. Assim sendo, nenhum é um paraíso completo. Por isso, separamos nesse post alguns mitos sobre se mudar para a Europa e quais são as reais dificuldades enfrentadas pelos emigrantes brasileiros.
Morar na Europa: a presença de brasileiros no velho continente
Um estudo feito pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 2019 apontou que o Brasil ocupa a 17º posição no ranking de 50 países que mais emigram no mundo. Cerca de 2,5 milhões de brasileiros vivem no exterior atualmente.
Enquanto o Japão e os Estados Unidos sejam opções bastante procuradas por quem busca mudar de vida drasticamente, o queridinho dos brasileiros ainda parece ser o continente Europeu. Muitos fatores determinam a preferência, sendo um deles a facilidade de garantir a documentação necessária para fixar residência.
Caso você possua dupla cidadania com qualquer um dos 27 países do bloco econômico da União Europeia, você pode escolher em qual deles gostaria de viver legalmente. Além disso, a proximidade linguística entre o Brasil e alguns países do continente Europeu contribui para determinar uma escolha.
Dentre os países mais procurados pelos brasileiros na hora morar na Europa estão:
- Portugal: além do idioma similar, a conexão histórica e cultural direta com o Brasil faz com que o processo de adaptação dos recém-chegados seja mais fácil que em outros lugares;
- Itália: uma das nações europeias com o maior número de imigrantes brasileiros, pois muitos conquistam o direito da cidadania italiana e são atraídos pelos marcos históricos do país;
- Espanha: é dos favoritos dos brasileiros por diversos motivos, um deles sendo a proximidade com a língua e a diversidade encontrada em diferentes regiões e cidades na Espanha;
- Irlanda: bastante procurada por sua receptividade e oportunidades de emprego nas áreas de tecnologia e turismo, a Irlanda é um dos países europeus com altos números de emigração brasileira.
A verdade sobre a morar na Europa
É verdade que a Europa compreende países com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) muito elevados e que o padrão de vida lá é melhor se comparado a outros lugares do mundo. Porém, não podemos nos deixar enganar e idealizar o continente como sendo perfeito. Apesar de diferentes das do Brasil, os países europeus possuem outras complicações que devem ser consideradas antes de uma mudança.
Como é o lugar favorito dos brasileiros fixarem residência, existe uma série de crenças bastante espalhadas sobre como é morar na Europa, em Portugal, especialmente. Algumas delas não são exatamente verdades e outras apenas exageros da realidade. Leia a seguir quais são os maiores mitos e dificuldades sobre se mudar de país.
Salário do Brasil para a Europa
Muitas pessoas partem do Brasil para o continente Europa em busca de melhores condições financeiras, afinal, o euro é uma das moedas mais valorizadas ao redor do globo. Algumas até acreditam que os salários lá são inúmeras vezes mais altos que os dos cargos brasileiros, o que não é verdade.
O que realmente acontece é que a disparidade salarial entre as funções é menor do que no Brasil, ou seja, o salário do seu chefe vai ser mais próximo ao seu no continente europeu do que no país sul-Americano. É preciso ter em mente que é possível ficar rico em qualquer país dependendo das oportunidades que forem apresentadas.
Além disso, se você é empreendedor e procura abrir seu próprio negócio em algum dos países europeus, vale ressaltar que a burocracia para tal é maior que no Brasil. E, como para tudo existe uma documentação específica necessária lá, o famoso “jeitinho brasileiro” se torna inviável.
Custo de vida do Brasil para a Europa
Por custo de vida entende-se a soma dos produtos e serviços consumidos pelas pessoas em um determinado lugar. Em resumo, o cálculo do custo de vida compreende itens como alimentação, moradia, transporte, saúde, etc. Como a Europa é um dos continentes mais ricos do mundo, alguns países de seu território possuem custos muito altos, se comparado com o Brasil.
Um estudo feito pela CEOWORLD Magazine apontou que nove dos 20 países com maior custo de vida no mundo estão localizados na Europa. É claro que é possível encontrar lugares com médias de gastos por indivíduo mais modestas, porém na hora de considerar a mudança é necessário ter todos os pormenores na ponta do lápis.
Com o câmbio atual, certos itens e serviços estão mais baratos no Brasil do que em países do velho continente. Contudo, a maioria das coisas tem um menor custo na Europa do que no comércio brasileiro. Um par de tênis de luxo que custe R$ 400,00 no Brasil, representa uma parcela de 40% do salário, tendo como base o salário mínimo (R$ 1.100,00). O mesmo modelo na Itália, por exemplo, custa $ 100,00 euros e representa apenas 10% do salário (média de $ 1.500,00 euros por mês).
Nessa perspectiva, o custo de vida em alguns países europeus é realmente mais baixo do que no Brasil, tornando o padrão das famílias mais alto, dado o poder aquisitivo. Dentre os países mais baratos para se viver no continente europeu, podemos citar o que se situam na região sudeste, como:
- Kosovo
- Macedônia do Norte
- Sérvia
- Bósnia e Herzegovina
- Albânia
- Bulgária
- Montenegro
Dentre os que fazem parte do bloco econômico da União Europeia, a Bulgária e Portugal se destacam nos índices de menor custo de vida. No primeiro, apesar de o euro não ser a moeda oficial, é possível calcular um gasto médio de $ 500 euros por mês, pois os gastos incluem: aluguel ($ 250 no centro da cidade), alimentação (cerca de $ 5,00 por refeição) e serviços essenciais (água e luz = $ 95,00).
Já em Portugal, os preços são mais acessíveis que em locais como a França ou a Itália, por exemplo. O salário médio mensal gira em torno dos $ 850 euros e é possível viver bem com esse valor. Um aluguel de apartamento com um quarto custa cerca de $ 460 euros; itens básicos de alimentação custam cerca de $ 0,60 euros cada um; refeições em restaurantes podem ser consumidas por apenas $ 8,00 em média.
Morar na Europa – Família e amigos
Uma das partes mais difíceis em se mudar de país são as despedidas de familiares e amigos no Brasil. Dependendo de para onde você vá, os fusos horários podem dificultar imensamente manter o contato com todas as pessoas queridas da sua vida. Com os avanços da tecnologia se tornou mais fácil acompanhar o que acontece do outro lado do mundo, porém não torna o processo de desligamento mais fácil.
Além disso, começar uma vida a partir do zero em um país desconhecido onde, muitas vezes, o próprio idioma é um problema é complicado e pode parecer desesperador para certas pessoas. Chegar em um lugar sem conhecer ninguém e tendo que criar novos laços é uma tarefa difícil quando existem diversas diferenças culturais entre os territórios que podem tornar o processo de adaptação mais demorado.
Conclusão – Morar na Europa
Tendo tudo isso em mente, a palavra-chave quando o assunto é se mudar do Brasil para a Europa é o planejamento. É preciso fazer muitas pesquisas sobre o lugar para qual pretende se mudar antes de tomar qualquer decisão.
As diferenças não são apenas culturais, nesse sentido, pois documentos, processos burocráticos e muito mais mudam drasticamente de um lugar para o outro. A dica é focar no planejamento financeiro e calcular os gastos em dobro, pois imprevistos podem acontecer e é melhor estar preparado para tudo. Com isso feito, se torna mais fácil se estabilizar em outro país, principalmente do Brasil para a Europa.
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