Famosa pela arquitetura histórica e festivais que acontecem ao longo do ano, Tiradentes é uma charmosa cidade que fica no coração de Minas Gerais.
A Cidade de Tiradentes foi fundada por volta do século XVIII, quando os paulistas descobriram ouro nas encostas da Serra de São José. Posteriormente, passou a ser chamado de Arraial Velho, para diferenciá-lo do Arraial Novo do Rio das Mortes, a atual São João del Rei. Em 1718 o arraial foi elevado à vila, com o nome de São José, em homenagem ao príncipe D. José, futuro rei de Portugal, passando em 1860, à categoria de cidade. Durante todo o século XVIII, a Vila de São José viveu da exploração de ouro e foi um dos importantes centros produtores de Minas Gerais.
No fim do século XIX os republicanos redescobrem a esquecida terra de Joaquim José da Silva Xavier, o “Tiradentes”, e a partir dessa visita cívica surge a sugestão da troca do nome, e memória ao “herói” da Inconfidência.
É importante lembrar que, devido ao esquecimento por parte das autoridades em relação à Vila de São José, o conjunto arquitetônico da cidade permaneceu quase intacto. Alguns excelentes exemplares de arquitetura civil do século XVIII desenham Tiradentes e formam sua aura histórica, como o Sobrado Ramalho, o Sobrado do Aimorés Futebol Clube: na Rua Direita: o Prédio da Prefeitura com suas sacadas de ferro batido e sótão: a casa nº 114 da Rua Padre Toledo, com forros pintados, representado os cinco sentidos; a casa do Largo do Ó nº 1 com forros pintados e três casas com antigas janelas de rótula, na Rua direita.
Igreja Matriz de Santo Antônio
Segunda maior igreja do Brasil em quantidade de ouro (ao todo 274 kg), a Igreja Matriz de Santo Antônio é o símbolo de uma época fascinante e a igreja mais importante de Tiradentes, expondo história e arte. Fica no alto do Centro Histórico, ao fim de uma ladeira com pedras irregulares. O pátio oferece uma vista fantástica para a Serra de São José e o por do sol visto de lá é deslumbrante. Seu interior é belíssimo e os turistas precisam pagar uma pequena taxa para conhecer fora do horário das missas.
São realizados concertos regulares nos fins de semana (com órgão recuperado há alguns anos) e show de luzes com a narração feita por Paulo Goulart, contando a história da igreja e o significado de seus altares e adornos. Se você gosta de história e de igrejas, não deixe de visitar.
Museu de Santana
Museu religioso dedicado à mãe de Nossa Senhora. Há diversas representações artísticas de Sant’Ana, com estilos variados, em sua maioria produzidos nos séculos XVII, XVIII e XIXX.
O museu é bem estruturado e funciona no edifício da antiga Cadeia de Tiradentes. O ponto de partida da exposição é a masmorra ou cela da solitária, que mantem as paredes antigas preservadas. O acervo é muito interessante, apesar de modesto, a organização do material é impecável e os colaboradores sempre dispostos a ajudar. Uma cafeteria na entrada, uma pequena lojinha e uma sala de leitura complementam o ambiente. Uma visita ao site do museu já permite uma prévia da qualidade do projeto. Imperdível!
Centro cultural Yves Alves
Espaço surpreendente com amplas salas em seu interior. Destaque para o pátio interno, onde há um pequeno anfiteatro em meio ao belíssimo jardim.
Ir a Tiradentes e não visitar, ao menos, a galeria de arte deste Centro Cultural é definitivamente não reconhecer que a cidade produz e reproduz a cultura mineira e nacional em seus espaços.
Percurso até São João del Rei em um trem Maria Fumaça
O trem é atração por ser uma das poucas locomotivas a vapor e que ainda rodam em bitola de 76 centímetros. A composição tem a capacidade para transportar até 280 passageiros. O trajeto entre as duas cidades, de aproximadamente 12 quilômetros, passa pela antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM). O percurso dura aproximadamente 50 minutos.
Os passageiros vão cruzar rios, montanhas e estações com a arquitetura do século XVIII e XIX. A rota foi inaugurada em 1881 por Dom Pedro II.
Povoado vizinho, conhecido como Bichinho
O distrito de Vitoriano Veloso (Bichinho) pertence à cidade de Prados desde 1938, e é conhecido também pelo sugestivo nome de “Bichinho”, um povoado que se formou com a descoberta de ricas lavras de ouro nos princípios do século XVIII. O nome atual é uma homenagem ao inconfidente Vitoriano Gonçalves Veloso, negro, escravo alforriado e alfaiate que nasceu e viveu na região. Ele era vizinho e compadre de D. Hipólita, a única mulher a participar ativamente no movimento revolucionário (Inconfidência).
Hoje, o povoado é uma sequencia de casas antigas que servem tanto como residências quanto como oficinas, ateliês, lojas de artesanatos. Sem falar na produção artesanal de doces, tradição que é passada de geração em geração.
Bichinho se orgulha de ser uma das grandes concentrações de artesãos do Circuito Trilha dos Inconfidentes. A criatividade e simplicidade desses artesãos chamam a atenção dos visitantes. As peças e pinturas nascem do aproveitamento de material de demolição como madeira, ferro, lata, plásticos e tecidos de algodão. A qualidade das peças é que garantem as exportações para vários estados do país e até para o exterior.
Capela Bom Jesus da Pobreza
A Capela do Bom Jesus da Pobreza, ou Bom Jesus Agonizante, marca o Largo das Forras. Está entre bares e restaurantes e dá certo ar colonial à Praça. A história da igreja é bastante incerta, devido à falta de documentos sobre a construção. Acredita-se que ela date da segunda metade do século XVIII e que a construção tenha ocorrido em pagamento a uma promessa do então Capitão-mor Gonçalo Joaquim de Barros. A igreja tem fachada simples, em estilo barroco-rococó, e o interior marcado pela imagem de um Jesus Cristo agonizante em meio a um altar de madeira com pinturas florais coloridas. Ela já sofreu várias intervenções desde a construção, incluindo uma grande reforma nos anos 50.
Museu de Arte Sacra (Antiga Cadeia)
Quase 300 imagens passam a ocupar a antiga Cadeia Pública da cidade, prédio histórico readequado para receber o acervo sacro arregimentado por décadas pela colecionadora Angela Gutierrez, presidente do Instituto Cultural Flávia Gutierrez (ICFG) – responsável pela gestão do museu.
As peças são obras brasileiras de diversas regiões do país: eruditas e populares, dos mais variados estilos e técnicas, produzidas, em sua maioria, por artistas anônimos, entre os séculos XVII e XIX, em materiais diversos.
No local, estão diversas representações como a mão do Santeiro e também referências da cidade de Tiradentes e da cadeia onde o museu está instalado. Além das salas de exposição, o museu conta com o espaço Largo de Sant’Ana, aberto para convivência e adequado para recepção de eventos.
Balneário Águas Santas
É um clube aquático, com taxa de entrada. Recomendado por visitantes que possuem filhos, geralmente, pois é um estabelecimento agradável e familiar, com lanchonete e quiosques dispersos pelo local.
Para saber onde ficar em Tiradentes, clique aqui e reserve pelo Booking.
Geovana Vaz para o www.ajanelalaranja.com
Tiradentes, a charmosa cidade histórica no coração de Minas
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