Essa é uma oportunidade para quem quer trabalhar nos EUA como motorista estrangeiro. Desde o segundo semestre do ano passado, a regularização do visto de entrada no país para a profissão de caminhoneiros foi flexibilizada.
Isso ocorreu porque o governo aderiu a pedidos de diversas empresas aos governos estaduais e federais. Assim, os caminhoneiros que residem em outros países podem exercer as suas atividades na condição de imigrantes.
Trabalhar nos EUA como motorista estrangeiro: informações iniciais
A mudança na legislação aconteceu em função do desemprego gerado pela pandemia. O fato agravou a crise que já afetava de forma significativa o setor de logística e transporte, antes mesmo do vírus se espalhar pelo mundo.
Em 2019, de acordo com informações do Census Bureau, publicadas no site Rota Jurídica, o setor já anunciava um déficit de cerca de 65 mil motoristas profissionais em toda a América do Norte, especialmente nos EUA. E ainda existe a expectativa de que esse número chegue a 180 mil ao longo dos próximos dez anos.
Essa tendência é crescente em função do desinteresse dos jovens norte-americanos pela profissão. Isso tendo em vista a elevada exigência física e a carga de trabalho de aproximadamente 60 horas semanais.
Entretanto, está enganado quem imagina que os ganhos são poucos. Justamente pela necessidade do setor, os rendimentos anuais ficam entre US$ 65 mil a US$ 250 mil (cerca de R$ 200 mil a R$ 800 mil ao mês, em conversão atual). Isso sem mencionar os bônus de contratação, que variam entre de US$ 1.500 a US$ 2.500.
Assim, trabalhar nos EUA como motorista estrangeiro é uma grande oportunidade. Para o advogado especialista em Direito Internacional Daniel Toledo, sócio do LeeToledo PLLC (escritório de advocacia internacional com unidades no Brasil e nos Estados Unidos), é possível perceber a ausência de trabalhadores do segmento ao caminhar pelas ruas do país norte-americano. “A necessidade de motoristas de caminhão nos Estados Unidos existe, e isso pode ser visto em carretas nas estradas, onde estão sendo colocadas placas de ‘Estamos Contratando’ em suas traseiras. Grandes redes como a Amazon e o Walmart são visivelmente os mais afetados pela escassez”, aponta.
Empresas precisam provar que tentaram contratar americanos
Esta é exigência às empresas que pretendem chamar trabalhadores estrangeiros para trabalhar como caminhoneiros nos EUA. Primeiro eles precisam tentar a contratação de trabalhadores locais anteriormente.
Ou seja, é necessário que a empresa “teste” o mercado de trabalho para residentes locais. Assim ela pode comprovar que, de fato, não existem pessoas interessadas em realizar determinada atividade.
Para isso os empregadores precisam encaminhar o chamado processo PERM, ou Certificação Trabalhista. Esse documento é uma espécie de certificação de trabalho. Ele significa que a empresa tentou recrutar um americano, mas não conseguiu encontrar um trabalhador disposto e disponível.
Um dos processos que podem ser solicitadas pelo empregador é green card. O documento vai permitir que o funcionário e sua família fixem residência permanente nos EUA.
Entre os diversos benefícios do green card, está autorização de trabalho por tempo indeterminado e número de previdência social. A autorização expira em dez anos e pode ser renovada indefinidamente.
Como funciona o visto EB-3 para trabalhar nos EUA como motorista estrangeiro
A regularização do chamado visto EB-3 é a porta de entrada mais fácil nos EUA para trabalhadores estrangeiros. Isso ocorre porque essa categoria permite empresas norte-americanas contratar rapidamente imigrantes quando há falta de profissionais em um setor.
Para solicitar o EB-3 você precisará de um empregador que fará a solicitação da sua vaga junto ao DOL (Departamento de Trabalho dos Estados Unidos), atuando como um empregado.
A partir do processo de regulamentação concluído, o motorista deve conseguir um caminhão para trabalhar. Em seguida é preciso tirar a carteira de habilitação americana – Commercial Driver’s License (CDL) – para dirigir veículos pesados.
Como fazer a carteira de motorista de caminhão nos EUA
A CDL pode ser solicitada no DMV (Department of Motor Vehicles) e tem o valor médio de US$ 75,00. Mas antes é necessário fazer um curso teórico que custa em torno de US$2,500.
É importante lembrar que, caso o seu veículo necessite de alguma registro (seja caminhão ou ônibus), esse valor pode aumentar de forma significativa. Além de arcar com essas taxas, também é preciso efetuar testes sobre conhecimentos de mecânicas e sistemas de veículos automotores.
“Para tirar a habilitação é mais fácil que no Brasil, leva no máximo 15 dias”, explica Jorge Fernando Rodrigues, da AEIG (Associação de Empreendedores) em reportagem publicada no site O Carreteiro.
Embora as aulas de habilitação ocorram em um rápido período, é importante se planejar durante esse processo.
O advogado especialista em Direito Internacional Daniel Toledo destaca que o imigrante deve se planejar para isso para evitar qualquer problema de regularização de documentos. “Você não vai tirar essa carteira comercial do dia pra noite, fazendo com que isso possa ser um empecilho para que a empresa finalize o processo de contratação”.
Preste atenção aos dois tipos de visto no momento da solicitação
Para trabalhar nos EUA como motorista estrangeiro, há dois tipos de visto dentro da modalidade EB-3. Eles podem ser concedidos aos estrangeiros, que variam conforme o grau de habilidade na profissão: o skilled e o unskilled.
Daniel Toledo aponta que um visto EB-3 pode ser o ideal para caminhoneiros brasileiros que querem trabalhar nos EUA. Mas ele pede atenção na hora de realizar a solicitação.
“Na primeira, (a skilled) o trabalhador precisa ter mais de dois anos de experiência atuando no segmento solicitado, mostrando capacidade para exercer a função. Por outro lado, o unskilled não exige experiência de trabalho, mas é primordial que a pessoa esteja fisicamente apta para efetuar o trabalho”, pontua.
Ele destaca ainda que, mesmo que o processo seja financiado por companhias, a solicitação pode demorar e a possibilidade de aprovação não é garantida.
“Tenha em mente que essa não é uma habilitação convencional. O pedido de uma carteira de motorista comercial é trabalhoso, e em alguns casos a aprovação pode levar meses. Poucas empresas estão dispostas a esperar esse período, portanto, é importante iniciar todos esses processos estando extremamente preparado. É primordial ter uma reserva monetária enquanto aguarda sua solicitação ser aprovada, não correndo assim, o risco com gastos imprevistos”, finaliza.
Para trabalhar nos EUA como motorista estrangeiro, pense nos custos que envolvem a mudança
Existem facilidades em trabalhar como caminhoneiro nos EUA. Mesmo assim, é importante manter a atenção com os custos que envolvem essa mudança. Afinal de contas, é preciso ter em mente uma série de fatores. O principal deles é o valor da aquisição do próprio visto, uma vez que pode variar entre US$ 15 mil a US$ 20 mil.
Isso pode oscilar de acordo com a quantidade de pessoas da família que irão acompanhar o caminhoneiro. Já para tirar a carteira de motorista de caminhão e veículos pesados o custo é consideravelmente menor: a CDL custa em média US$ 75.
Entretanto, depois de ter a carteira é importante se manter atualizado com cursos de capacitação. A média de custo desse tipo de curso pode atingir um valor de US$ 2,5 mil.
Além disso, também é importante ressaltar que outros custos adicionais podem pesar na conta. Entre eles está a própria aquisição do veículo, nos casos em que o condutor vai trabalhar de forma autônoma.
Parece muito? De fato, são somas bastante elevadas, principalmente para quem vive a realidade de crise econômica na qual está situado o Brasil atual. Entretanto, com alguns meses de trabalho esse valor pode ser totalmente recuperados com os rendimentos obtidos na atividade profissional.
Conforme Jorge Fernando Rodrigues, da AEIG (Associação de Empreendedores), esse valor é obtido em até quatro meses trabalhando como caminhoneiro nos EUA.
Pense em aprender o idioma
Por fim, ter domínio do inglês é fundamental para quem pensa em residir nos EUA. Isto mesmo que seja por um período de tempo determinado.
Ainda de acordo com Jorge Fernando Rodrigues, é preciso ter ao menos o nível básico no aprendizado do idioma.
“É importante o profissional lembrar que está indo para um outro pais, Então o primeiro ponto é ter o interesse em começar a falar o idioma. Não no nível profissional, mas é essencial ter um nível básico, pois alguns passos do processo vão exigir isso”, destacou ele ao site O Carreteiro.
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