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Turismo mundial perde o preconceito contra o “pink money”

O turismo direcionado ao público GLBT “se assume” no país e vai ganhando destaque. Países como EUA, França, Holanda e Alemanha reconhecem cada vez mais esse público segmentado e investem sem medo em campanhas oficiais, promovendo o turismo GLS.
Segundo análises que traçam o perfil, hábitos de consumo e gastos usuais do público, os homossexuais gastam muito mais do que o público geral. Em pesquisa feita nos EUA, foi levantado que gays e lésbicas movimentam cerca de U$ 60 Bilhões no turismo, por ano.
Vendo essa nova segmentação, o Brasil não fica para trás nessa nova tendência e corre atrás do “pink Money” também. O turismo GLS cresce cerca de 20% anualmente em todo o mundo. Tendo em vista que viajantes homossexuais tendem a permanecer por mais tempo nos destinos turísticos e gastam cerca de 30% a mais que o público geral, seria besteira ficar de fora por preconceito.
No Brasil, ainda nem tudo são flores para o público. No entanto, o país parece cada vez mais aberto à essa fatia da sociedade. Destinos como São Paulo, Rio De Janeiro, Bahia e Amazonas já começam a dar os primeiros passos e investir em atrações direcionadas, montando programas personalizados para este segmento.
Segundo Antônio Ribeiro, Diretor-Executivo da empresa Portal Group, o Brasil ainda não tem uma campanha internacional para divulgar o país como um destino GLS, mas as Secretarias de Turismo de Estados como Rio De Janeiro, São Paulo, Bahia e Amazonas, já começam a se movimentar. A Portal Group Rio, agência e operadora de turismo que conta com quatro filiais no Brasil e uma na Austrália, é uma das que já começam a “sair do armário” e investir no público homossexual. Programas especiais com roteiros nacionais e internacionais direcionados aos gays já podem ser encontrados nas agências.
Em São Paulo, existe uma iniciativa pioneira em qualificar o serviço prestado a este turismo segmentado. Em parceria com a ABRAT (Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes), o Estado objetiva qualificar o setor turístico através de treinamento, ensinando os trabalhadores a lidarem com o público de forma natural e com respeito, para que não só São Paulo, mas o Brasil todo, comece a ser reconhecido como um destino “Gay Friendly”.
Para quem não sabe, “gay friendly” é uma expressão que significa que tal pessoa, programa ou destino, é amigável ao público GLS, não agindo com desrespeito ou presumindo informações errôneas. A falta de habilidade com o público gay ainda é comum e, segundo relatos, ainda há quem o confunda com Turismo Sexual. “As pessoas ainda ficam cheias de dedos. É preciso acabar com o preconceito e entender que esse tipo de negócio não tem nada a ver com turismo sexual”, diz Antônio Ribeiro lembrando que desde que a Portal Group resolveu operar com pacotes GLS, a empresa estudou o segmento visando romper barreiras e fornecer rotas interessantes e receptivas para turistas Gays, que gostariam de, por exemplo, passar o Fim de Ano no Rio, o carnaval na Bahia ou até mesmo conhecer a Amazônia.
Segundo levantamento de Philipe Ribeiro, responsável pelo Portal Movie, as cidades mais receptivas atualmente, para o público GLS são São Paulo; Camboriú e Florianópolis em Santa Catarina; Salvador na Bahia; Juiz de Fora e Mariana, em Minas Gerais; a cidade do Rio de Janeiro e Parati, no estado do RJ, essa última sendo considerada super “friendly”. “O RJ é mais procurado por estrangeiros, em busca não só de um destino GLS, mas também das paisagens mundialmente famosas da cidade. O turista nacional ruma para outras paragens. Já a noite gay do Rio é bem menor, por exemplo, que a de São Paulo” justifica o jovem empresário. Ribeiro ainda pensa em trazer grandes festas e eventos internacionais para o país, assim como levar turistas gays do Brasil para o mundo a fora.
Lembrando que para esse público é extremamente importante que eles se sintam bem recebidos, e as vezes, com ou sem campanhas oficiais, o destino pode facilmente cair na ‘lista negra’ do segmento. “A propaganda desse público é muito no boca a boca. Se um gay é maltratado em algum lugar, em pouco tempo a comunidade toda fica sabendo e, claro, cortam este roteiro de suas vidas”, explica Philipe Ribeiro.
É importante para o país aprender a conviver naturalmente com um dos públicos mais gastões, e não somente por isso. Nos tempos atuais, o preconceito parece estar cada vez mais “fora de moda” e a tolerância, a receptividade tem que existir independente de raça, ou orientação sexual. Um pequeno ponto para o Brasil, um país que vai aos poucos crescendo, mas ainda tem muito que amadurecer! E aí, curtiu? O que você acha deste público que “se assume” cada vez mais? Dinheiro “cor de rosa” vale menos, para você?
Parada Gay Amsterdã
Texto de Ricardo Lages com exclusividade para o www.ajanelalaranja.com, imagem Marcio Nel Cimatti

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