Uruguai de carro

Quando decidimos passar o carnaval no Uruguai, com orçamento apertado, optamos por sair de Porto Alegre de carro, o que nos colocava na estrada por mais de 1600km entre ida e volta.
Partimos sábado antes do amanhecer e nossa única certeza era de que chegaríamos em Montevideo domingo, onde tínhamos reserva até quarta. O caminho prenunciava um feriado lindo. Na região que vai de Pelotas e adentra as terras do Prata, predominam os belíssimos campos do pampa, onde a paisagem se divide entre verde e azul, permeada por casas antigas, esquecidas pelo tempo, e os trechos com criação de gado deixam tudo mais bucólico.
Na alfândega, nossa primeira aventura: depois de passar pelos free shops com ar de faroeste no Chuí, encaramos uma fila de mais de uma hora na aduana que dá acesso ao Uruguai.
Já tínhamos a carta verde, seguro exigido, mas precisávamos do tal formulário carimbado, que na verdade não serve como controle algum. Quando já estávamos com uma roda no Uy, o funcionário alerta que os documentos do carro estavam no nome da minha empresa. Como não tínhamos ali o contrato social, corríamos o risco de não entrar no país.
Nada que cinco minutos de conversa para que ele nos extorquisse algum dinheiro “pro churrasco” não resolvessem. A corrupção não tem fronteiras e nós pagamos pra entrar no Uruguai.
Superado o episódio que misturou culpa, revolta e tristeza, seguimos viagem. No Uruguai os campos são ainda mais bonitos. Parece até que o presidente Mujica contrata paisagistas para preservar o visual. Assim como no trecho do Brasil, aparecem pedágios, justificados pela qualidade da estrada. Naquela região se aceitam além da moeda local – o Peso -, Reais e Dólares caso você não tenha trocado dinheiro àquela altura, como foi o nosso caso.

Aduana Uruguai
Chegando de Carro na Aduana do Uruguai – Imagem: Sara Luz

Fim de tarde nos campos do Uruguai. Imagem: Marcio Cimatti
Fim de tarde nos campos do Uruguai. Imagem: Marcio Cimatti

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7 COMMENTS

  1. Márcio, esse seu início de viagem foi incrivelmente parecido com uma que fiz de moto, partindo de Porto Alegre para o Deserto do Atacama no Chile: a mesma aduana, a mesma fila, os mesmos “papelitos”, a mesma confusão.No meu caso, felizmente estava tudo ok com a moto e pude seguir a longa viagem sem maiores delongas. Na sequência acabei enfrentando tantos perrengues ao longo daquela aventura que o episódio na aduana uruguaia já tinha praticamente sumido da minha memória…

  2. Fui a Punta del Este no dai 11 e voltei no dia 14. Não peguei fila na Aduana e tudo ocorreu perfeitamente. Só que eles ficaram com o papel que carimbam na entrada, mesmo eu tendo questionado se isso estaria correto. Então, na volta, o agente perguntou pelo papel e eu disse que tinha ficado com eles mesmos. Após insistir um pouco, o agente acabou por dizer que eu poderia ir então. Em suma, aquilo é só burocracia que eles nem prestam atenção.

  3. Cruzamos a fronteira Brasil/Uruguai no Chuí em junho de 2012, mas ao contrário do seu relato não havia filas e os guardas foram muitos atenciosos conosco. Nos forneceram mapas de diversas localidades que foram muito úteis pois o nosso GPS não estava atualizado com os mapas do Uruguai. Quanto a documentação do carro foi nossa primeira preocupação principalmente pelos relatos que lemos sobre a polícia Argentina.

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